quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Liberdade Moderada


“O livre arbítrio é o maior poder já concedido ao homem, e, portanto, o que exige maior responsabilidade” (estilo Uncle Ben mesmo).

Prometo manter esse Post breve em homenagem ao Troll


(WARNING: A única parte realmente importante desse Post é o final, que contem a mensagem de Dalai Lama, então se estiver sem paciência – ou se não quiser achar que eu sou louca – por favor, leia apenas o final)

O homem é um ser livre por natureza e foi criado de uma forma tão complexa e confusa, que ao mesmo tempo chega a ser simples (?). Independente de qualquer crença ou religião, o homem foi criado para amar e ser amado. Para se relacionar, para servir, para crer e principalmente para ser feliz.
É claro que no caminho existem milhões de pedras. A partir do momento em que o homem toma posse do que é, por direito natural, de todos os outros homens e se acha no direito de vender o que vem da Terra, a concepção de mundo muda (quem produz a árvore e a maçã é a Terra, o homem só olha e espera crescer, fato!).
O dinheiro manda, o homem obedece. Um homem acumula enquanto o outro passa fome. É como um jogo de Rouba Monte, você vai roubando até acabarem todas as cartas. E os políticos, que julgam ser capazes de governar outros homens para criar ordem, participam do jogo acumulando ainda mais (faz sentido?).
Anyway, esse assunto é muito complexo, não é esse o ponto em que quero chegar. O homem tem sua liberdade manipulada, ignorada e jogada de lado não só por causa das leis, governo e etc. Somos cercados todos os dias por várias informações, várias tragédias e tantas outras coisas. É um excesso que não tem fim: outdoor, panfleto, cartaz, informe, cartão, slide, folhas e mais folhas, informação, informação, informa...

Concluindo, nossa liberdade é moderada. Pensamos ser livres (alguns não), mas somos tão bombardeados e controlados. Tão paranóicos e enlouquecidos, tão preocupados e insanos, que queremos tomar posse até de outros seres humanos. Destruímos a natureza, cuspimos no prato em que comemos, jogamos nossa culpa em outros e ainda nos divertimos da desgraça alheia. Enfim, somos podres (alguns não).
Mas isso é apenas uma limitação. Nós não fomos criados para isso. Achamos que tudo o que fazemos é certo, que tudo se baseia em estudar, trabalhar, ser melhor que o outro. Esquecemos da família, das relações, e tudo que existe por dinheiro, por objetos materiais, e etc. Brigamos por pouco e puxamos o gatilho por nada. Isso tudo faz parte de nossa limitação, e não de nossa potência. Se existe uma única forma de explicar a limitação do homem eu usaria a metáfora do livro A Cabana.

“Um pássaro não é definido por estar preso ao chão, mas por sua capacidade de voar”

YOUNG, William P. A Cabana


Bom, tanto faz, considere isso um desabafo (não consigo explicar a metáfora do pássaro, mas quem quiser entender leia A Cabana, é um bom livro). Só mais uma coisa (prometi que seria curto e já nem é mais):

Cada átomo e célula do nosso corpo se junta numa forma perfeita. Cada relação forma um ser humano perfeito, de uma forma inexplicável, e é isso que faz a beleza da VIDA. Nascemos e vivemos, mas nem sempre plenamente. Às vezes esquecemos de perceber o mundo. Esquecemos de fazer as coisas que gostamos, de observar a natureza, de ajudar o próximo, de parar para ler um livro ou de simplesmente de fazer Nada. A vida tem sido desvalorizada. Ocupamos tanto a nossa cabeça que esquecemos que a vida é curta demais, e o tempo que passamos pensando em nosso futuro, nos faz esquecer de viver o presente. Então, ria, leia, viaje, brinque, aprecie a natureza, tenha paciência, observe as estrelas e faça três elogios sinceros por dia (isso sempre faz você se sentir melhor). Não se desgaste fazendo o que você não gosta apenas por status ou dinheiro, a vida não vale isso. E não se esqueça, jamais puxe o gatilho.

Enfim, a única parte importante do Post está AQUI, ABAIXO:

“ Perguntaram ao Dalai Lama:

- O que mais lhe surpreende na humanidade?

Ele respondeu:

- Os homens... porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar saúde. E por pensaram ansiosamente no futuro, esquecem de presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido. “

Agora vai, desliga esse computador, e vá ver a luz do sol (ou da lua, tanto faz).

A louca (ou não), Stella.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Natal de plástico...

Está chegando o fim do ano. Época de festas, de reunir a família, daquele espírito natalino de união, de generosidade, onde o mais importante é ver quem amamos felizes. Será?

As ruas já estão cheias de decorações natalinas, do vermelho e verde pomposo que foi importado lá de cima (não do céu) daquele país que sempre influenciou no nosso modo de pensar, os EUA. Foi-se a época onde uma simples flor seria o presente perfeito para agradar um ente querido. Se você ganhou um presente caro, espera-se que dê um presente bem valioso em troca (o capitalismo também foi importado lá de cima).

Nessa época as compras chegam a elevar 10% em relação aos outros anos. O natal é a data comemorativa que mais produz lucros nos varejos. Já existem sites que instruem os consumidores a como comprar neste período, alguns propõem que se trace uma “estratégia de guerra” para realizar as compras e conseguir tudo o que quer, pois seria uma imensa decepção não obter o ipod (ops, ipad) mais recente para seu sobrinho querido.

Quanto você está disposto a pagar por esse natal? Aparelhos eletrônicos, presentes, roupas, sapatos, enfeites, luzes de natal, ingressos para as melhores festas... E não se esqueça de comprar a comida também, pois com a falta de tempo da população, a comida tem que ser a mais fácil de cozinhar, mas que agrade e deixe os vizinhos “verdes de inveja”..

Então corra, corra porque o natal está à venda! Em todas as lojas, em todas as vitrines, pois quanto mais cedo a imagem de espírito de natal é vendida, maior o lucro. Você poderia comprar em outra época, como lembrança, em um período onde tudo é mais barato, mas o fato é que compras natalinas são (se pode-se dizer assim) mais atraentes.

Aproveite as ofertas e peça também um pouco de dignidade, de alegria, de tempo com a família, de amor, de esperança, disposição e principalmente generosidade, mas a de verdade, não aquela egoísta que todos querem sentir, e sim o sentimento de ajuda ao próximo que está em falta no mercado.

Boas festas!

Do Grinch: Tatiana Oliveira

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Filho, Sou Gay!

Por Eric Dayson

A homossexualidade sempre existiu nas mais diferentes culturas e nem sempre foi considerada indesejável ou doentia. O termo homossexualidade se refere ao modo de ser do indivíduo, ou seja, é diferente de homossexualismo, que denota doença. Porém algumas sociedades desaprovam esse comportamento, principalmente as que são norteadas pelo cristianismo.

Geralmente, é na adolescência que os jovens percebem e tomam consciência da sua orientação sexual. Alguns se aceitam, mas outros não. Revogam definitivamente essa condição, por vergonha ou por medo, às vezes, pelos dois. Então, essas pessoas insistem em ir contra sua própria natureza, o tempo passa, e elas se casam e constituem família. Um garoto que resolve se assumir, pode chegar para seus pais e confessar: Eu sou gay! A situação é bastante complicada. Mas e quando a situação se inverte? E é o pai que resolve abrir o jogo e dizer: Filho, sou gay! O problema é ainda maior. Como pronunciar essa frase? Como explicar algo tão complexo como a sexualidade humana para uma criança?

Ricky Martin vive um dilema parecido. No início do ano, o cantor anunciou, publicamente, sua homossexualidade. Ele é pai dos gêmeos Valentino e Matteo, de um ano e oito meses. Contudo, já tem que pensar em como vai revelar sua orientação sexual aos seus filhos, futuramente.

A homofobia existe, não há como negar. As críticas e brincadeiras ofensivas vão sempre estar presentes, seja em locais públicos ou mesmo dentro da própria família.
Essa é uma condição inerente da sociedade na qual estamos inseridos. São valores enraizados e quase impossíveis de serem mudados.

Nunca vai ser uma decisão fácil ‘sair do armário’, e sempre haverá constrangimento. Porém, uma coisa é certa: é indispensável que a criança tenha contato com a realidade homossexual desde pequenas, nesses casos. Assim, elas se tornarão heterossexuais mais abertos ou homossexuais mais livres. E tanto os pais quanto os filhos só tem a ganhar.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Comunicação ou Jornalismo?

          Ao ingressar na universidade, todos nós ficamos um pouco inseguros com o curso, principalmente ao perceber que o Jornalismo da UFU está, junto com a Pedagogia, dentro da Faculdade de Educação - o que não ocorreu por acaso.
          São poucas certezas e tantas reclamações! Descobrimos que o curso não seria integral, mas sim, à tarde. O diploma caiu... Depois veio a notícia da DIRCO: apesar da garantia do espaço para aprovação do curso, a gestão mudou, aí é outra história! Com relação ao estágio, soubemos da lei que nos proíbe de fazer um estágio sem limite de quatro horas, sem supervisão e tudo mais. Como se não bastasse, tivemos que cursar aquelas disciplinas em que nos perguntamos: Qual a relação disso com o Jornalismo? Que língua é essa, alemão?
          O fato é que, com algumas desistências e semi-desistências, o curso de Jornalismo da UFU prossegue, e antes ele não contava com Laboratório de Redação Jornalística, Agência de Notícias e bolsas de pesquisa, desde o início do curso, dando de sobra (para quem quer, é lógico)!
          Por outro lado, o curso causa um grande furor devido à sua fama de que é voltado exclusivamente para a área acadêmica e de que não insere o jornalista no mercado de trabalho. Fama esta, comum a qualquer curso em qualquer universidade pública, o que é normal em um país onde se paga altíssimo em impostos e pouquíssimo por professores. Um aluno de uma universidade federal não custa o mesmo que um aluno de uma particular e nem todo mundo que faz Jornalismo vai ser jornalista.
          Mas não se trata do nosso curso em específico e sim de todos os cursos de Jornalismo do país, sejam eles de escolas públicas ou privadas. A Comissão de Especialistas, instituída pelo Ministério da Educação para discutir o ensino de Jornalismo, resolveu ouvir preliminarmente a sociedade por meio de audiências públicas e de uma consulta pública na internet. Resultado: só cinco ou seis pessoas, representantes de universidades públicas, tiveram a chance de participar da última audiência pública em Brasília (com aproximadamente 30 pessoas) e de se manifestarem diante da voz de profissionais, sindicalistas e de faculdades particulares, que estavam ali em defesa da saída do curso de Jornalismo da área de Comunicação Social e, conseqüentemente, da exclusão da pesquisa.
          Apesar de um ensino prático profissionalizante, com viés mercadológico, parecer, a princípio, tudo o que eu queria do curso de Jornalismo da UFU, esta não me parece mais a melhor opção. Com eu disse anteriormente, nem todo mundo que cursa Jornalismo vai ser jornalista. Eu gosto de saber que eu não preciso ser uma repórter, uma professora ou uma pesquisadora (só porque o curso incentiva a área acadêmica), que eu posso buscar mais conhecimentos, aprofundar em outra área da Comunicação, que eu posso querer trabalhar com um pouco de Publicidade, Relações públicas ou Editoração, mesmo sem uma preparação mais específica. Além disso, eu aprendi a gostar de pesquisa e acredito que ela não seja só para obter mais conhecimento e nos dar mais fundamentação teórica. Os métodos nos ajudam a desenvolver a nossa capacidade de resolver nossos problemas, sejam eles quais forem.
          Mas e com as novas diretrizes? As mudanças curriculares prevêem que os cursos formem jornalistas acríticos, sem metodologia de pesquisa ou disciplinas comuns a outras habilitações da Comunicação, um curso restrito às técnicas jornalísticas, sem necessidade de pesquisa científica e que atenda ao mercado de trabalho. O TCC, provavelmente, poderá ser em grupo, afinal, ele passa a ser apenas um trabalho prático com relatório.
          E aí, como fica? Tratando-se de um currículo mínimo e de uma universidade com certa autonomia, o nosso curso poderá ir além. Mas lidar com a burocracia de uma instituição pública implica em obstáculos e sem um bom planejamento as conquistas tornam-se mais distantes. A ENECOS participou da audiência pública mesmo sem ser convidada. A Pedagogia, sendo um curso tradicional, não muda suas diretrizes há anos! Podemos deixar de ser apenas cobaias e aproveitarmos o fato de sermos um curso novo para nos transformar no profissional que queremos ser.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Game bom é game barato

No Brasil jogar videogame é caro não só pelos altos preços dos consoles mas pelos abusivos preços dos games, a maioria dos jogadores adquirem apenas os primeiros, e para solucionar o segundo problema recorrem à pirataria.

O game pirata funciona "quase" como o original e é bem barato, o valor dos jogos para o console da Microsoft o Xbox 360 variam entre R$100,00 e R$250,00 enquanto o pirata não passa dos R$15,00. O mesmo acontece com o console da Nintendo o WII, neste caso o falsificado é ainda mais barato, pois a mídia usada é o DVD convencional, enquanto o Xbox utiliza o DVD de dual-layer (dupla camada). Já o aparelho da Sony o Playstation 3 ainda se mantém livre da pirataria massiva, mas ecoam boatos que em breve isso mudará.

Fica a pergunta, pra quê comprar um game original? Bem, existem bons motivos para tê-los e um comparativo entre original e pirata é essencial neste caso. O primeiro é vendido numa embalagem atraente com encarte e manual, todo material é imbuído de artes e design gráficos bem bacanas, o segundo geralmente vem num saco plástico e se você der sorte a capa do jogo e a mídia terão impressões bem fajutas imitando o legitimo. Outro fator é a durabilidade, as mídias usadas nas cópias são de baixa qualidade, e com o tempo oxidam e descascam, isso mesmo descascam, fazendo uma grande sujeira e ocasionando o perecimento do seu querido game, os originais se guardados corretamente, duram por tempo indeterminado.

A alta carga tributária é responsável pelos valores abusivos, tanto dos games quanto dos consoles e isso é enfatizado por Moacyr Alves Júnior idealizador do Projeto Jogo Justo que busca diminuir a carga tributária nos jogos importados. "A intenção é mostrar por meio de um relatório baseado em informações comerciais de desenvolvedores e lojistas que o mercado de games nacional tem um enorme potencial. Como comparação, será utilizado o que ocorreu no México, quando o mercado de jogos cresceu 8 vezes após a diminuição da carga tributária. O Projeto Jogo Justo visa diminuir o preço dos games, dos aparelhos de videogame e de seus periféricos, fazendo assim com que o consumidor final tenha cada vez mais contato com os games, forma de cultura cada vez mais disseminada do mundo." (www.jogojusto.com.br)

Se tudo seguir conforme o projeto podemos ter a esperança de haver maior acessibilidade tanto para os games quanto para os consoles, e mais pessoas terão a oportunidade de conhecer e se entreter com os jogos eletrônicos.

Posts Grandes

Eu posto

Tu postas

Ele posta

Nós postamos

Vós postais (dá-lhe carteiro)

Eles postam

Todo mundo gosta de postar. Todo mundo insiste em falar suas besteiras.

Adoro moda! (e daí? foda-se!)

Bem que eu gostaria de falar "adoro minininhas de quinze anos", mas aí eu seria preso (brinks). O fato é simples. Muitas são as linhas e poucas são as novidades (não que esse post seja interessante). Algumas pessoas simplesmente insistem em citar e debater assuntos que já estão extremamente saturados ou até "passados". Claro que alguns temas são sempre fixos, em razão da pertinência em torná-los compreensíveis por todos.

Mas a parte engraçada são os posts grandes. Nada contra. Alguns são extremamente necessários. Mas só acho que então não deveriam haver posts grandes, mas sim arquivos em PDF disponibilizados e compartilhados em sites com o assunto previsto "meio ambiente", por exemplo. Poucos são os que se importam. Outros só querem passar uma imagem "blogo, logo sou intelectual". Bobagem. No fundo você compartilha a maioria de suas opiniões com a maioria das outras pessoas, seja de política ou de cultura (fato). Poderia descrever uma série de blogueiros que postam simplesmente para aparecer (neste caso é pela nota mesmo), mas estaria sendo um pouquinho hipócrita (posts grandes). Ah e outra amiguinhos, esqueçam o pudor e a linguagem formal, afinal iço é um blog ("isso" com cê cedilha mesmo).

Avacalhações 2010, digo, Eleições 2010


"Passaram as eleições, nada mudou..." Humm... Sei que na verdade esta não é bem a letra da música de Renato Russo, mas tudo bem. Esta fica sendo a nova versão, o hit da política brasileira, ou melhor, das eleições 2010. Vejamos se procede. Para começar, Dilma Rousseff foi eleita presidente com 56% dos votos graças ao carisma e à popularidade de seu antecessor e companheiro de partido Luís Inácio Lula da Silva que, tanto fez para promover a imagem da candidata. Nada mudou mesmo, a pestista que fora chamada por alguns de "Lula de saia" disse que dará continuidade aos projetos do então presidente.

Espere um pouco. Acho que a música continua assim: "... mas eu sei que alguma coisa aconteceu, está tudo assim tão diferente." E realmente havia coisas diferentes. Se não me engano seriam algumas aplicações de botox, um novo corte e outra cor de cabelo, além de outras coisinhas feitas por Dilma para melhor se apresentar ao eleitorado. Não podemos nos esquecer da mudança do candidato José Serra para o pouco aceito "Zé, o homem do povo, de origem humilde. Realmente algumas coisas mudaram.

Já que estamos comentando sobre avacalhação, digo, eleição, não podemos nos esquecer dos famosos que sofreram um surto e resolveram se candidatar a senadores ou deputados. Espero que Tiririca, agora eleito, descubra rapidamente o que faz um deputado federal para que possa fazer valer a confiança nele depositada. Ou será que devo dizer "a repulsa nele incrustada"? Uma vez que, muitos que nele votaram o fizeram com o intuito de protestar contra a atual situação da política brasileira. Ao contrário do que ele pensa, pior do que está pode ficar. Mas se o papel de um político aqui for somente fazer palhaçada com a cara da população nada melhor do que um profissional para o cargo.

Além de Tiririca outras celebridades foram eleitas. Romário foi uma delas. E o que devemos esperar que ele faça? Esperamos que sua atuação na política seja diferente de sua atuação no futebol. Ele até pode se tornar um "craque" mas que seu comportamento melhore porque do contrário ainda veremos baixarias e brigas em Congressos e Assembleias.

Usar da fama para garantir cadeiras no Congresso ou Senado está se tornando uma estratégia comum e eficiente. Muitos "figurões" contiuam sendo usados para que partidos tenham expressão significativa e para que outros candidatos sejam beneficiados pela legenda. Vale lembrar outros famosos que se candidataram este ano mas não se deram bem: os irmão Kiko e Leandro do grupo KLB, o boxeador Maguila, a Mulher Pêra, outros jogadores de futebol.

Ainda bem que a política brasileira não precisa "dançar" conforme a música das eleições. "... Mas nada vai conseguir mudar o que ficou..." é trecho que faz referência ao passado porque com relação à política muito ainda pode ser feito. Não devemos nos contentar com o que estiver posto se isto não for o correto. Temos que cobrar dos que foram eleitos para que tenhamos nossos direitos garantidos, temos que ser ativos. Se em 2011 tudo parecer ter virado uma palhaçada não sejamos nós os primeiros a estender a lona para o circo se apresentar.

Seu estômago é um cemitério


Pode-se pensar em inúmeras formas de se referir ao hábito de comer carne que as pessoas desenvolveram durante a "evolução", mas nenhuma frase para mim se refere mais a esse costume do que essa que escolhi como janela de entrada para meu texto. Não que esteja querendo ser dramática, ou fazer com que as pessoas se sintam chocadas com o título, mas só quero que quem esteja lendo reflita que o que vai para os seus estômagos são animaizinhos mortos (nem tente negar)!

Esses seres vivos, como nós, antes estavam correndo em pastos, brincando na lama, nadando, ciscando por ai, mal sabendo que sua existência é tão ínfima que se destina somente a suprir necessidades de seres humanos sedentos por carne. O que esses sanguinários não sabem é que o estômago humano não foi feito para digerir carne. O ser humano onívoro é um mito (pasme...)! Estudos mostram que o consumo da carne provoca doenças como artrite, artrose, e outras do tipo (o organismo começa digerindo a carne do animal e depois passa a digerir as cartilagens do humano, devido à proximidade com a composição da carne dos bichos).

A pecuária também é a maior responsável pelo desequilíbrio ambiental. Além de provocar desmatamentos e queimadas ilegais, os bovinos e suínos são os grandes responsáveis pelos gases do efeito estufa (o popularmente conhecido como “pum” dos animais possui enxofre,um dos agravantes do buraco da camada de ozônio). Animais também bebem água em excesso, e a produção da ração para alimentá-los é nociva ao meio ambiente.

Mesmo assim, muitos vêem a prática do vegetarianismo como uma “frescura”. Ser vegetariano nesse país não é uma tarefa fácil. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne do mundo, e a área de pecuária que possuímos no nosso país é imensa! A maior partes dos restaurantes que freqüento coloca carne em praticamente 70% das opções (incluindo algumas opções da salada que já possui uma variedade quase nula nesses locais). Seria masoquismo ter que mudar seus hábitos alimentares drasticamente por simples luxo.

Mas o que move esse hábito, a fome?

Não, o dinheiro! Se fosse somente para alimentar, saciar a fome de pobres coitados (mais coitados do que pobres, pois a carne é um produto caro) seria compreensível. Mas os grandes empresários querem mesmo é o lucro, querem girar a roda do capitalismo e encher o bolso de grana, dindin, bufunfa! Eles mal se importam com o bem estar do consumidor ou do mundo em que vivem. Mais uma vez o capitalismo prejudicando o meio ambiente, formando a opinião das pessoas da forma que mais o irá favorecer.

Meu nome é Tatiana Oliveira, sou vegetariana há 9 meses, e está na hora de espalhar essa prática ao mundo e comer (opa!)... colher os frutos e benefícios que este estilo de vida pode trazer! Já fui uma das pessoas que falavam que não conseguiria viver sem carne, comia animais mortos em todas as refeições do dia, religiosamente, mas hoje não consigo mais ingerir sequer um pedacinho de defunto! Mas essa sou eu, apenas uma pessoa fazendo a minha parte, como algumas outras já tentam fazer por ai.

Casadas, solteiras ou desquitadas?


As três palavras mencionadas no título dessa postagem carregam mais significados e comportamentos do que se imagina. Carregam questões que, sem querer, atormentam as mulheres desde sempre.

O drama começa com a pergunta: casada, solteira ou desquitada? Solteira. Para algumas essa resposta soa como algo aparentemente normal, uma espécie de passaporte para uma diversão livre e descompromissada. Que em algum momento tem fim. Ai vem uma segunda resposta, como uma condenação: “prazer, estou encalhada”! E engana-se quem pensa que essa frase tenha necessariamente que ser pronunciada por uma balzaquiana em crise. A carência feminina realmente não tem idade certa para começar, depende mais da idade emocional do que a que consta no RG.

A pergunta vem novamente: casada, solteira ou desquitada? Casada. Essa resposta tem outro peso. Algumas carregam o posto como uma medalha, um status alcançado, uma espécie de última fase do vídeo-game. Alguns casos esse jogo de vídeo game não tem a frase “game over”, por mais que o CD esteja arranhado e mal rodando o jogo. A casada é vista como guerreira e corajosa e ao mesmo tempo sortuda. Mas essa condição não garante felicidade perpétua.

A pergunta volta a ser feita: casada, solteira ou desquitada? Desquitada. Outros significados se instauram aqui. Antigamente responder a pergunta com essa palavra era motivo de preconceito. Hoje pode ser entendida como libertação ou recomeço.

Essas respostas são cobradas das mulheres a todo o momento. Cada escolha definirá uma postura que a sociedade impõe um comportamento politicamente correto a ser seguido. E a sociedade cobra. Muitas vezes a mulher em si não tem tanta importância, ou pior, sua vida pode ser julgada a partir de uma simples resposta como essa.

Nenhuma dessas “categorias” de respostas garante felicidade, mas essa felicidade não está ligada à resposta, e sim a própria mulher. É ela própria que precisa garantir suas alegrias e certezas. Estar solteira, casada ou desquitada não é estar necessariamente feliz. O que a mulher precisa é estar consigo mesma, seja solteira, casada ou desquitada.

No momento que a mulher descobrir que sua realização e plenitude estão relacionadas única e exclusivamente ao seu alto conhecimento e amor próprio, ela conseguirá responder a pergunta e não se sentirá frustrada. Solteira, casada ou desquitada são momentos, amor próprio deve ser constante!

O que não se vê por trás da caveira


Provavelmente o maior e mais esperado lançamento do cinema nacional ocorrido neste ano tenha sido “Tropa de Elite 2”. O filme é uma espécie “grande produção hollywoodiana”, com um gostinho tupiniquim, e com isso, vem muita pompa e expectativas, tanto na produção quanto no enredo. E acredito que a expectativa se concentre principalmente na continuação de uma boa história.

José Padilha realmente conseguiu não só reunir mais ação na vida do Capitão Nascimento, como usou o Bope, o tráfico e principalmente o poder dos políticos para mandar um alerta para a população sobre segurança pública. O que Padilha mostra através da vida do Capitão vai muito além da caveira do Bope é um retrato de um país, que como na trama é tão bem amarrado e que possui uma capacidade tão grande de se reinventar e apresentar um desfecho inacreditável.

Um espectador que vai ao cinema de forma despretensiosa provavelmente sairá do cinema vibrante, diante de um filme de ação com uma excelente produção e boa edição. Entretanto, o recado de Padilha poderá ficar em segundo plano. E os críticos e principalmente a imprensa somente reforçam essa situação.

O assunto que “Tropa de Elite 2” toca é profundo: drogas, polícia, milícias e política. Quatro elementos que em alguns pontos, ainda são tabus para serem discutidos no Brasil. Todos os elementos estão ligados e dialogam entre si, fazendo com que o crime seja um associado do poder. Não tenho encontrado em minhas leituras de jornais e revistas uma leitura sob esse aspecto da história do Capitão Nascimento. O que se vê são elogios a produção, ao elenco e a continuação da história. O debate? A ligação de criminosos e políticos? Isso fica como um detalhe do filme, situação que não é o real. Junto com Capitão Nascimento, essas questões também são protagonistas e caberia aos meios de comunicação também propor e ampliar as discussões sobre esses assuntos.

Não cabe aqui dizer está se jogando toda uma responsabilidade de gerar discussão para a imprensa. Não é uma forma de tentar vangloriar a mídia como responsável por tudo, como um quarto poder, mas de reconhecer que o papel social da mídia, que muitas vezes é esquecido. Possibilitar o “abrir dos olhos”, para mostra que se pode tocar sutilmente com um filme a ferida do sistema público de segurança. Indicar tudo isso para o público como um todo é uma forma de serviço ao Brasil.

E talvez essa tenha sido a grande “sacada” de Padilha: apontar a teia de problemas ao espectador e levar a ele um bom filme nacional. Caberia agora a imprensa perceber essa forma de falar verdades, ou melhor, se propor a mostrar essas verdades.

Abortar ou não Abortar, Eis a questão!


Talvez o título induza ao humor ácido, mas o papo é sério.

Aborto é assunto muito delicado e complexo. A vida é o bem mais precioso do ser humano e deve ser preservada. No entanto, o aborto em alguns casos específicos, como estupro, risco de morte da gestante e a constatação de fetos acéfalos, faz-se necessário. É um ato insano e uma imprudência absurda levar uma gravidez adiante por falso moralismo.

As discussões sobre esse tema voltaram a ocupar espaço na mídia em 2010, principalmente no período das eleições. Os candidatos a presidência mostraram seus pontos de vista e o modo como pretendem ministrar as questões referentes ao tema. No entanto a candidata pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Dilma Rousseff, se comportou de maneira reprovável ao expor seus argumentos a favor da legalização, e pouco tempo depois mudar de opinião.

Os petistas, quando flagrados numa ilegalidade, como foi o escândalo da Casa Civil, ou numa posição considerada incômoda, como é o caso da descriminalização do aborto, tem sempre a mesma e conhecida resposta: “É mentira. São boatos!”. Dilma, como se sabe, era favorável à descriminalização do aborto, enquanto ministra. Mas até perceber que sua tese não era prestigiada entre os brasileiros, ela já era a pré-candidata de Lula à Presidência. Então, apressou-se em trocar o viés do seu discurso, embora, a legalização seja uma resolução aprovada pelo congresso do PT, que todo militante, inclusive Dilma é uma militante, tem a obrigação de defender. Mas ela não o fez. Por quê? Para ter chances de ganhar as eleições, porque aí vale tudo, não é mesmo?

Bom, depois do segundo turno concluído e a vitória de Dilma garantida, resta-nos, agora, aguardar para saber o desfecho dessas contradições. Mas uma coisa é certa, o país ainda vai passar por vários outros debates, até que se chegue a um consenso sobre a descriminalização do aborto, que contemplará, inevitavelmente, aspectos religiosos e de foro íntimo.

Afinal, essa é uma das características da nossa democracia: liberdade de expressão. Agora, se essa democracia vai conseguir colocar um ponto final nessa discussão que se arrasta há vários anos, já é outra história.

Por Eric Dayson

A ciência não é Deus

Trecho do debate entre o filósofo e teólogo Dr. William Lane Craig, e o químico Dr. Peter Atkins. Para assistir todo o debate clique aqui.

A revista Superinteressante, sempre muito crítica da Bíblia e defensora do liberalismo teológico, em sua edição de novembro/2008 não pode negar o fato de que “ser cientista também é uma profissão de fé”. No artigo intitulado “Ciência, uma questão de fé?” a Super mostrou que várias teorias científicas além da Teoria da relatividade geral de Einstein, como a hipótese do multiverso, a teoria das supercordas, a mecânica quântica e a teoria da inflação cósmica não podem ser plenamente comprovadas cientificamente e possuem suposições e especulações.

No século XIX dava-se à ciência o caráter de onipotência, todavia sua prerrogativa de resolver os males do mundo não se confirmou. Assim, de lá pra cá o ceticismo vem implodindo e o misticismo crescendo como uma muleta para os problemas que a ciência não pode resolver. Todavia, as crenças precisam ser pensadas e refletidas diante de evidências e experiências, e, acima de tudo, serem confrontadas em relação à verdade. Tachar de forma preconceituosa a religião como sendo apenas do campo da fé, enquanto a ciência faz parte apenas do campo dos fatos e evidências, não é positivo.

Durante a primeira metade do século XX todas as ciências eram predominantemente naturalistas, mas graças ao trabalho de filósofos como Alvin Plantinga isso não é mais uma realidade no campo da filosofia, como o filósofo ateu Quentin Smith acabou admitindo “hoje, talvez, 1/4 ou 1/3 terço dos professores de filosofia são teístas”. No campo da filosofia a ciência não possui a exaltação que possuía até os anos 50. Dallas Willard, professor de filosofia da universidade da Carolina do Sul, colocou a ciência no seu devido lugar: “A ciência não faz declarações. Os cientistas, sim. E, às vezes, erram”.

O fato de a ciência não ser onipotente não nos dá o direito de ignorá-la e desprezá-la. Se você ficar doente, você procurará um médico e tratará a enfermidade, os avanços da ciência são altamente positivos e importantes, mas não são suficientes para responder a todas as nossas perguntas. E, para estas, talvez possamos passar a pensar na possibilidade de acreditar em Deus.

Democracia despolitizada

Ensinam-nos, desde pequenos que, libertado do tacão dos militares, o Brasil tornou-se um país democrático e que o voto é nosso direito constitucional. Mas na prática, não é exatamente assim. Em uma república federativa presidencialista, cuja maioria da população não dispõe de consciência política alguma e os poucos que a possuem não a têm bem estruturada, o voto sobrepuja o direito para instituir-se como um dever que, se descumprido, implica em restrições, tais como o impedimento de participar de concursos públicos.

Entretanto, mesmo que a politização do Brasil atingisse índices razoáveis, o voto ainda sim deveria permanecer obrigatório. Sim, porque com o nível dos candidatos a cargos políticos, só por força de lei para fazer valer a “democracia”. É só observar o perfil dos políticos que são escolhidos como representantes.

Francisco Everardo Oliveira Silva, popularmente conhecido como Tiririca, foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo com mais de 1 milhão de votos. Ele foi o candidato mais bem votado e, por quociente eleitoral, elegeu para bancada ao menos mais três candidatos, que a princípio não tinham qualquer possibilidade de se eleger.

Em tese, não há nada de errado em um humorista candidatar-se a um cargo político, principalmente se levarmos em conta a desmoralização que é a política brasileira. O grande problema é que este comediante, que há mais de dez anos conquistou palcos de programas de auditório com “Florentina de Jesus” é, ao que tudo indica, analfabeto. Ou, segundo a definição da Unesco, analfabeto funcional, o que significa que, mesmo que saiba ler e escrever palavras simples, é incapaz de utilizar essas habilidades como ferramentas para lidar com as demandas do dia-a-dia.

Não bastasse o absurdo desta situação, esse que quer se eleger representante popular na Câmara Federal apresentou à Justiça Eleitoral uma falsa declaração de escolaridade. Além de intelectualmente incapaz de assumir qualquer responsabilidade do cargo de um deputado, o humorista aclamado e escolhido pelo povo forjou documentos para esconder seu grau de instrução. Nada mal para o começo de uma carreira política fadada ao fracasso.

Infelizmente, ele não é o único. Há uma corja de políticos envolvidos em escândalos de corrupção que permanece ocupando as cadeiras da Câmara e do Senado Federal. Não importa que eles percam a boa reputação, os bons precedentes, o caráter e a credibilidade. O povo brasileiro perde a memória, passa a não considerar tão importante ou nocivo e dá a eles uma nova chance. Ou, pior ainda, os reelege por absoluta falta de opção.

Felizmente – se é que se pode ser feliz com uma classe política tão deletéria – foi aprovada, recentemente, a iniciativa popular que instituiu o Ficha Limpa. Esse projeto de lei, sancionado como Lei Complementar nº 135 em 4 de julho deste ano, pretende impedir a candidatura de políticos que estejam com situação judicial irregular. Por esta norma, o Supremo Tribunal Federal barrou a candidatura de Jader Barbalho, ex-presidente do senado e de Joaquim Roriz, ex-governador do Distrito Federal. Estes foram considerados “fichas sujas” por porque cometeram delitos que resultariam na cassação de seus mandatos de senador, mas renunciaram para preservar seus direitos políticos.

Certamente, o Ficha Limpa não é uma solução definitiva para transformar a política no Brasil. Para isso, é necessário que haja interesse e investimento, por parte do governo, para resgatar a consciência política dos jovens, subtraída por decêndios de dominação coronelista. É preciso que eles sejam suficientemente bem informados para saber escolher seus representantes, mas, acima disso, é preciso que existam representantes minimamente “elegíveis”.

Mulheres nascem assim, homens nascem assado!


Sim, é fato que mulheres e homens já nascem com a fisiologia diferente! E que mulheres crescem mesmo com o tal complexo de inferioridade por serem "castradas"! O corpo de ambos, em silêncio, reflete no emocional e no cultural.
Enquanto o menino desejará a mãe desde o nascimento até a interrupção do Complexo de Édipo, a menina, no decorrer de seu desenvolvimento, passará a ver sua mãe, que foi seu primeiro objeto de desejo, como rival, e sua libido será deslocada para a figura paterna. A confusão já começa aí!
O homem tem e honra (tá, depende de como se encara essa palavra e o significado dela) o falo. Não precisa disputar com outro homem, que também possui seu falo. Não precisa se preocupar em ser suficiente para uma mulher, porque já é até mais (sim, ele é mais! ele tem mais, horas!).
Homens são mais amigos, mulheres são competitivas demais, falsas até. É o que dizem! Homens podem cometer certos deslizes, porque são homens. Mulheres são proibidas de decepcionarem um homem, porque são mulheres. Têm menos, são menos! Não é verdade?
A verdade é que, mesmo com tudo isso, algumas (é... algumas poucas) mulheres ainda conseguem SER mais! Sem falo, nem nada que passaram a projetar na mulher para compensar a falta disso. E tem mais! O mapa do corpo masculino (que é o que o elevou a tal posto) qualquer um (ou uma) tem. Mas "ninguém tem o mapa da alma da mulher", como afirma o grande Zé Ramalho. E a mulher que consegue SER mais, é pela alma, não pelo corpo!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dois ensaios para a vida


Há um ditado em que errar uma vez é humano, persistir no erro é... é... ah, não sei. Só sei que, pela segunda vez, o ENEM deu errado e prejudicou milhares de estudantes que tentavam ingressar em alguma universidade do país.

Para quem não se lembra, em 2009, a prova do Exame Nacional do Ensino Médio “vazou” e teve de ser cancelada na quinta feira anterior ao fim de semana de sua aplicação, no início de outubro.

Quando Joaquim José Soares Neto, então presidente do INEP declarou, ainda em 2009, que o ENEM 2010 seria marcado pela segurança e que seria este o motivo da escolha da gráfica que faria a impressão, e não qualquer outro, ele desconsiderou a possibilidade de a gráfica ser segura, mas não prezar pelo rigor no processo de impressão. Em 2010, a empresa escolhida foi a mesma contratada para a impressão da segunda versão das provas do ano passado, e o Exame não ficou longe dos problemas. Os cabeçalhos das folhas de resposta foram trocados e a credibilidade do ENEM, que já era duvidosa, agora é motivo de risos e protestos de estudantes que se empenharam e tiveram nada menos que 10 horas de prova perdidas.

Além das falhas, essa grande demora para soltar o gabarito oficial deve ser por medo de sair com erros, repetindo a história de 2009. É por isso que, em diversos lugares, quem prestou o Exame sai às ruas de roupa preta e nariz de palhaço. Vai que assim são notados e alguém perceba que está faltando respeito com aqueles que se empenham, estudam, mas não podem alcançar seus objetivos por erro dos outros!

Muitas universidades estão repensando a utilização do Enem em substituição do processo seletivo tradicional, para que, juntamente com o ENEM, a credibilidade das instituições de ensino superior não seja comprometida. A UFU também pondera, já que, desde 2009, adotou a nota da prova como primeira fase do vestibular, mas não sabe quais serão os desdobramentos dessa segunda falha. Em entrevista à TV Universitária, o diretor de Processo Seletivo Gilmar da Cunha Sousa comentou sobre a posição da Universidade Federal de Uberlândia nessa situação. Confira o vídeo, disponível em: www.dirco.ufu.br/content/diretor-de-processos-seletivos-fala-sobre-o-enem.

Quem sabe um dia o INEP consiga corrigir uma falha sem abrir espaço para outras, já que, com essas duas experiências, ficou claro que o governo não consegue suportar a aplicação de uma prova desse porte e dessa importância. Só que, pelo jeito, parece que tal dia está longe de chegar. Mesmo assim, o presidente Lula insiste em dizer que o Exame “foi um sucesso”, ignorando os 21 mil candidatos que receberam folhas de respostas que não puderam ser respondidas corretamente. Já ficou provado que não bastou apenas “UM ensaio para a vida”, como ambiciona o slogan do Enem.

Mundo de papelão


Se este texto tivesse uma trilha sonora, seria esta.

Quando se nasce, a visão de mundo se restringe ao útero materno. Ao longo da vida, ela é ampliada pelos conhecimentos adquiridos e pelas experiências vivenciadas. Assim, entende-se mais sobre o ambiente ao redor. É importante frisar, contudo, que o entendimento nunca será total enquanto a pessoa estiver presa ao corpo e aos cinco sentidos, que são limitados e, portanto, falhos. Além disso, diversas estruturas preexistentes na mente – pré-conceitos – fazem com que os juízos de valor sejam tendenciosos. Há uma dificuldade natural em entender o próximo, porque cada indivíduo pensa que seu ponto de vista é universal.

Estas limitações físicas e mentais são mais fortes durante a infância. As pessoas mais próximas da criança – os pais – criam e incutem nela uma determinada mentalidade, à semelhança das suas próprias, enquanto o filho não tem condições de desenvolvê-la por si. É como se o ser humano recebesse nos seus primeiros anos de vida uma caixa de papelão, na qual poderá se refugiar e se proteger dos perigos externos, recebendo conforto e abrigo. Poderá pintá-la como quiser, sempre com a ajuda e a supervisão paterna, e é destas cores que ele enxergará o mundo. Essa proteção é necessária para que a criança sinta a segurança de que precisa no processo de definição das suas crenças, valores e conceitos. Os maiores problemas acontecem em dois momentos: quando se abandona a infância (inevitavelmente) e quando os pais superprotegem a prole (o que pode ser evitado).


Para ilustrar o primeiro caso, eis um exemplo. No ano de 2002, Rafael tinha 12 anos e era filho único. Ele era católico, frequentava a igreja e concordava com todos os ensinamentos por ela repassados. Acreditava que todo namoro é o início de um relacionamento que deve culminar em um casamento, o qual deve durar a vida inteira. Esses ideais eram reforçados pelo fato de que seus pais não eram separados. Raramente era confrontado com outras visões de mundo, visto que estudava em um colégio católico e seus colegas pensavam mais ou menos da mesma forma. O consumo de cigarro, bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, bem como as relações antes do matrimônio, eram repreensíveis.

Hoje, no ano de 2010, Rafael tem 20 anos. Está no sexto período de Engenharia Civil de uma universidade federal. Seus pais se separaram há três anos. Sua convivência com colegas espíritas, ateus e budistas abalou suas convicções religiosas. Quase todos os seus colegas ficam nas festas e boa parte já não é mais virgem. Ao sair à noite, costumam perguntar-lhe porque não bebe. Já lhe ofereceram cocaína duas vezes. Ele negou, embora tenha experimentado maconha há um ano, sem o conhecimento dos pais. Rafael faz tratamento psicológico por causa de frequentes crises de ansiedade e depressão.


A história de Rafael, embora completamente fictícia, mostra o impacto pelo qual passa um jovem que tem a sua formação inicial confrontada com as diversas opiniões das pessoas ao seu redor. É o momento em que a caixa de papelão tem que ser rasgada para que a ex-criança se torne um adulto responsável, consciente, independente e autônomo. É um sofrimento necessário, porque tira a pessoa da zona de conforto e transporta-a para a zona de aprendizado, levando ao crescimento. A convivência com outras pessoas que não os pais e os amigos de infância – gente de todas as idades, ideologias e cidades de origem – faz com que se descubra que existem outras visões de mundo, ampliando a nossa própria.

É claro que, se não for bem administrado ou se houver interferência negativa dos pais, no sentido de superproteção, este processo pode levar a um sofrimento exagerado e levar até ao aparecimento de doenças. Também é preciso lembrar que tudo isto é gradual e lento, uma vez que, por maior que seja nossa convivência com outras pessoas, a sociedade é incrivelmente diversa e não há como conhecer tudo e todos. Porém, libertar-se da caixa de papelão e encarar o mundo é fundamental para a construção de nossas próprias crenças, valores e conceitos, que certamente não serão iguais ao dos nossos pais. Do contrário, pode acontecer o mesmo que acontece com o passarinho que não consegue quebrar a casca do ovo ao nascer: morre sufocado.

Com que roupa eu vou?


Quantas vezes você já se fez essa pergunta? Por mais bobo que pareça ser, quando escolhemos algo para vestir nos cobrimos de signos, de diversos significados que transmitem muito mais sobre nós do que podemos imaginar. As informações veiculadas nas vestimentas permitem a comunicação entre as pessoas sem a utilização de palavras, o que em minha opinião é muito perigoso. Afinal, o quanto você deseja que saibam sobre você?

Você acha que não, mas quando você vê aquela sua amiga vestida em um modelo com pouquíssimos centímetros, o que vem a sua mente? Mesmo que inconsciente, informações são absorvidas pelo observador e outras transmitidas por ele por meio das roupas, e dessa maneira uma comunicação se estabelece, muito antes de palavras serem dirigidas.

Desde a origem da humanidade, formas de linguagens foram surgindo para que os homens pudessem se interagir. Essas possibilidades de comunicação crescem cada vez mais conforme a evolução humana, e claro, aguçam aqueles interessados em compreender a sociedade a estudarem sobre elas.

Alison Lurie, autora de A Linguagem das Roupas (1997), não teve dificuldades de perceber a comunicação além da língua, no modo de ver dela
”podemos mentir na linguagem das roupas ou tentar dizer a verdade; porém, a menos que estejamos nus ou carecas, é impossível ficarmos em silêncio”.

O que você está tagarelando por meio dessa comunicação não-verbal? Cuidado. Se eu fosse você, pensaria duas vezes antes de pegar a primeira roupa que ver no guarda-roupa.

Suicídio, modernidade e a promessa da vida perfeita


Às vezes eu me pergunto o que leva a pessoa ao suicídio, qual o motivo tão forte para interromper a própria vida? Que mal é esse que não escolhe idade, classe social, cor ou cultura?
Vivemos em um mundo moderno, cheio de fantasias produzidas pelo capitalismo, promessas de uma vida mais prática, confortável e a lei de que você só pode ser feliz se tiver a roupa de marca, o carro do ano, entre outras idéias difundidas no nosso dia a dia pelas diversas corporações. O que mais é preocupante é que essa taxa só tende a crescer de acordo com as pesquisas. A vida moderninha que promete a felicidade completa está indo em direção contrária a sua ideologia, a mensagem de aproveitar a vida acima de qualquer coisa, não se importando com o outro e a busca compulsiva pelo dinheiro está levando as pessoas a uma solidão, pois mesmo com a realização de todos estes quesitos quase obrigatórios da vida atual a pessoa acaba se encontrando sozinha em meio a esse cotidiano tão acelerado de diversas informações a cada momento.
Acredito que o grande motivo para essa solidão na vida contemporânea são as relações entre as pessoas baseadas muitas vezes no interesse, o valor do outro esta no que ele tem, as pessoas passaram literalmente a ter o seu preço. A parceria, o companheirismo dura até o momento em que você tem um alto valor, a amizade dura apenas nas noites de bebedeiras, momentos regados a muito consumismo e de relações extremamente rasas. E é nessa cultura consumista que o mundo vai se desenvolvendo, está aí a explicação de pessoas que cometem suicídios aparentemente inexplicáveis. A falta de recursos para ter tudo que a modernidade propõe é um motivo relevantemente importante, mas a vida consumista totalmente realizada também é, o ser humano passa a ser vazio e sozinho, apesar de ter diversas "amizades" e possuir tudo que o capitalismo oferece.

Tupinicagem de Opinião



A Endofobia, é uma rara manisfestação que se materializa no excluir o semelhante, em negar direitos iguais aos próprios compatriotas, mas é comum ao brasileiro no que diz respeito a produção cinematográfica nacional.
Não é raro conhecer uma pessoa que tem aquele discurso “Não gosto de filme nacional porque só tem violência, peito ou maconha”, ou a variação dos pseudo-cult nas vernissages e centros estudantis,“O cinema nacional passa uma idéia que não condiz com a realidade brasileira, em que tudo é favela, violência ou samba e futebol”.
O brasileiro tem uma séria tendência histórica de se preocupar demais com a visão externa que estão tendo de nós, e vamos encarar a verdade? Muito antes de existir “Cidade de Deus” no cinema, os franceses já torciam os narizes para nós. Precedendo a estréia de “Tropa de Elite”, europeus em geral nos tratavam como imigrantes em potencial e olhe lá.
É certo, que ninguém deseja o conformismo de aceitar os rótulos impostos. Mas é fato também, que o Brasil não deve esconder sua realidade. É só o que tem para se mostrar? Não é. Mas são os filmes que combinam tudo que move as indústrias cinematográficas de Bolly a Hollywood: Sexo, Violência e Frívolidades. Porque são temas que despertam o interesse humano. O que realmente incomoda, é que no Brasil até a ficção se apoia no real. Diferentemente da violência quase cômica de Quentin Tarantino e as frívolidades das paixões adolescentes norte americanas. Francamente, veja lá se existe alguma liga das Cheerleaders preocupadas em combater a imagem de moças de procedência duvidosa, inteligência quase nula e mau caráter que é passada na maioria dos filmes?
Desde 1994, com a indicação do filme “O quatrilho” para o Oscar. O cinema nacional começou a se reinventar sob o patamar da dupla dinâmica de qualquer produção cinematográfica de qualidade: técnica e estética. Aviso então, para os endofóbicos que ficam aí, apenas criticando o conteúdo dos filmes, que não é pela violência exploratória que essas películas se destacam em festivais, e sim pela qualidade que possuem.
O filme “Cidade de Deus” tem uma das fotografias mais elogiadas do cinema mundial, assim como o filme “O ano em que meus pais sairam de férias” vencedor do Urso de Prata do Festival de Berlim de 2008. E o tão criticado “Tropa de Elite” ? Ganhou o prêmio máximo neste mesmo festival, mas no ano de 2009, o Urso de Ouro. Em festivais desse porte, não tem comissão nenhuma veiculada a ONU premiando a tentativa dos países emergentes. Então endofóbicos, percebam de uma vez por todas, que o cinema nacional é digno, e como qualquer indústria nacional tem a liberdade de montar obras ficcionais,como é o caso de “Estômago”, reais como a biografia de “Chico Xavier”, ou referenciais, como é o caso de “Tropa de Elite 2”. Como já foi dito, é uma indústria como qualquer outra que precisa despertar o interesse humano.
Cinema, não é cartão de visitas. É um viés da cultura, é a sétima arte por isso não deve nada a ninguém, nem mesmo aos pseudo críticos que são tão ignorantes quanto seus comentários. Não sabem nem com o que são revoltados, o que incomoda não é o Cinema e sim a realidade brasileira.



por Laís Castro